Vamos explorar um pouco a breve história registrada em Êxodo 17:8-16 e tirar algumas lições dela. Então leiamos versículo por versículo, aprendendo com cada um deles.
Êxodo 17:8
“Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim.”
Os israelitas saíram há pouco do Egito e já lhes aparece um inimigo, os descendentes de Amaleque; mas quem era Amaleque? Encontramos a resposta em Gênesis 36:9-12, onde lemos: “Estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, na montanha de Seir. Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú. E os filhos de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefô, Gaetã e Quenaz.
E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque. Estes são os filhos de Ada, mulher de Esaú.”
Amaleque, portanto, era neto de Esaú/Edom que era irmão de Jacó/Israel.
Amaleque era o filho de Elifaz e Timna, e neto de Esaú e Ada. A mãe de Amaleque era horita, uma tribo que se apoderou do território de Esaú. Viviam ao sul da terra prometida e no deserto do Sinai.
Êxodo 17:9
“Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.”
Entra em cena um homem, que anteriormente era chamado de Oséias, que significa "salvação" e que depois passou a ser chamado de Josué, que significa "Yahweh salva" ou "Yahweh ajuda". Seu nome foi trocado pelo próprio Moisés, quando este passou a servi-lo diretamente e tornou-se seu sucessor, quando Moisés morreu. Conforme lemos em Números 13:8, 16 onde está escrito: “Da tribo de Efraim, Oseias, filho de Num; Estes são os nomes dos homens que Moisés enviou a espiar aquela terra; e a Oseias, filho de Num, Moisés chamou Josué.” Nesta história, Moisés confiou a Josué o comando do exército de Israel.
Êxodo 17:10
“E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro.”
Alguém pode ser tentado a pensar que Moisés, Arão e Hur eram fogados, não acha? Enquanto a batalha acontecia ardorosamente lá em baixo, os três assistiam de camarote à briga! Por que eles não foram ajudar na batalha? O que ficaram fazendo, afinal, no alto do monte?
Êxodo 17:11
“E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia.”
Comentaristas consideram esta atitude de Moisés, como postura de líder, supervisionando e direcionando a batalha, mas Moisés não estava ocupando a função de comandante - chefe. Ele transferira esta função a Josué. Manter as mãos levantadas para os israelitas vencerem a batalha… nos tempos Bíblicos, este era um sinal de Adoração em Oração, praticado por fiéis fervorosos. É como Moisés estar fazendo intercessão por Israel diante de Deus. Pare e pense: Que chance teria um exército de recém ex-escravos, acostumados a apenas trabalhar pesado, serem injustiçados e apanhar sem poder reagir, contra um exército de soldados bem treinados militarmente e bem armados? Chance nenhuma! Ainda que de repente, soldados egípcios treinados para a guerra tenham acompanhado a caravana israelita na saída do Egito; ainda que o próprio Moisés, ex-príncipe do Egito e como tal, tenha recebido algum treinamento militar e quem sabe participado de campanhas militares - se você, internauta, tiver esta informação, por favor, coloque nos comentários - e assim, tivesse ensinado um pouco de luta aos hebreus que iriam para a batalha, ainda assim, seria insuficiente. E que dizer da diferença de armamentos entre ambos os exércitos? Certamente esta era uma batalha perdida para Israel! A única chance que os hebreus teriam de vencer era se Deus entrasse na batalha e lutasse junto com eles.
Por isso Moisés subiu ao monte, para rogar a Deus pela interferência dEle na guerra, a favor de Israel. E este versículo é claro ao dizer que enquanto Moisés mantinha suas mãos levantadas em adoração a Deus, os hebreus venciam a batalha e quando ele se cansava e abaixava as mãos, os amalequitas venciam.
Isso nos faz lembrar sobre a importância da oração intercessória, pois no calor da batalha os soldados não teriam tempo, quem sabe, de clamar a Deus, alguém teria que fazer isso por eles e lá estava Moisés fazendo exatamente isso. Embora o contexto seja outro, em Mateus 8:5-10, 13 lemos algo semelhante: “E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe, E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.” O servo do centurião romano não tinha condições de ir a Jesus pedir socorro, alguém tinha que interceder por ele; seu próprio patrão o fez. E assim como o servo do centurião foi curado, o resultado da batalha em Refidim não foi diferente; mas antes de apresentar o resultado da batalha contra os amalequitas, o relato destaca outro ponto importante…
Êxodo 17:12
“Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs.”
Arão e Hur, ao apoiarem Moisés, demonstraram a relevância de se apoiar uns aos outros no trabalho de intercessão e de amparo aos que têm pouca força. Assim podemos, todos juntos, vencer. Em II Coríntios 8:13-14 lemos: “Mas, não digo isto para que os outros tenham alívio, e vós opressão, Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade”; ou seja, apesar de Moisés ser forte e estar alí em intercessão, ele também era humano e sua força era limitada, carecia do apoio de outrem. Por isso alí estavam Arão e Hur, eles o puseram sentados sobre uma pedra para lhe aliviar o fardo e cada um dele segurou uma de suas mãos, para que suportasse-as levantadas e Deus continuasse lutando em favor de Israel.
Êxodo 17:13
“E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.”
Este é o resultado de se enfrentar batalhas em harmonia uns com os outros e com Deus, a vitória!
Êxodo 17:14
“Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus.”
Isso nos mostra que Deus pode tanto nos dar a vitória quanto pode eliminar por completo o mal que nos aflige. Isso não significa que Ele o fará, tampouco que o fará imediatamente, significa apenas que Ele pode fazer e o faz, se for da vontade e do plano dEle.
Êxodo 17:15
“E Moisés edificou um altar, ao qual chamou: o Senhor é minha bandeira.”
Moisés edifica um altar e o chama de "O Senhor é a Minha Bandeira"; com base nas campanhas militares do Egito, em que o exército egípcio saía para a batalha divididos em batalhões de soldados e cada batalhão com sua bandeira, recebia o nome de um deus egípcio. Assim Moisés estava afirmando que do batalhão israelita, o SENHOR é DEUS.
Êxodo 17:16
“E disse: Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração.”
A eliminação dos amalequitas não se deu de imediato, tampouco abruptamente. Durante a época dos juízes em Israel, os amalequitas seguiram sendo inimigos dos israelitas, mas não foram destruídos por completo.
Em I Samuel 15, Saul não eliminou totalmente os amalequitas, poupando o rei Agague e o melhor do gado.
Em I Samuel 27; 30, Davi lutou contra os amalequitas e os derrotou severamente, mas não os destruiu totalmente.
Somente em I Crônicas 4:43, na época do rei Ezequias foi quando foram, finalmente, apagados da história, quando os filhos de Simeão atacaram o restante deles. A partir de então, já não se encontra registros Bíblicos e históricos deles.
Embora haja divergências quanto à datação, calcula-se que a batalha e a promessa ocorreu por volta de 1445 a.C. e o cumprimento da promessa de extinção do povo amalequita ocorreu por volta de 900 a 700 a.C. Portanto a promessa Divina levou em torno de 500 a 700 anos para se cumprir.
E você, tem enfrentado batalhas impossíveis ou conhece alguém que esteja em tal situação? Você está intercedendo por esta pessoa? Tem buscado apoiar, suprir as carências dos que lutam? Ou tem você recebido intercessão e auxílio de outrem?
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